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Por quase duas décadas, Mawaca faz visita à música do mundo

Nesses 20 anos de carreira, a banda Mawaca rodou o mundo e fez dele sua maior inspiração.

Lançada em junho de 1995, a banda já passou pela Bolívia, Grécia, Espanha, França, Alemanha e China (aliás, nesse país asiático o Mawaca esteve em três anos consecutivos).

Porém, o mundo musical desse grupo vocal que interpreta canções em mais de quinze línguas é bem mais amplo e seu repertório lançado em dez trabalhos, entre CDs e DVDs, tem lugar para os sons de muitos outros endereços do mundo.

Tem música de amor da Albânia, canto antropofágico dos indígenas de Rondônia, tema de escravos brasileiros, cantiga sefardita e até um canto tradicional de Sanabria, na Espanha.

E para relembrar as duas décadas de música do mundo, o Mawaca selecionou os cinco hits mais pedidos nos shows da banda.

JARNANA

Lançada em 2013, no CD-DVD ‘Inquilinos do Mundo’, o sétimo trabalho do Mawaca, esta é uma canção tradicional de amor da Albânia que chegou aos ouvidos da banda através de um jovem albanês refugiado no Brasil.

Exilado nos Estados Unidos, durante a Guerra de Kosovo, teve sua entrada negada naquele país da América do Norte e acabou parando no Brasil, onde conheceu a diretora do Mawaca, Magda Pucci, em um grupo musical formado por refugiados.

KOI TXANGARÉ

Este canto antropofágico dos índios Paiter Suruí, de Rondônia, abre o DVD ‘Rupestres Sonoros’, uma homenagem do MAWACA aos índios do Brasil.

Koi txangaré é um canto de guerra dos índios inimigos, provavelmente, os Cinta-Larga ou os Zoró.

O mais interessante dessa história é que o canto, que era do inimigo, foi incorporado ao repertório dos Suruí e hoje é cantado para as crianças como uma ameaça sutil, quase uma brincadeira, para que elas se comportem.

Como a gente costuma dizer, é uma espécie de “bicho-papão indígena”.

CANGOMA

Mawaca apresenta novamente esse tema dos escravos brasileiros, adaptado por Magda Pucci, com elementos musicais de maneira minimalista.

As frases instrumentais, que se repetem com pequenas mudanças tímbricas e rítmicas, transformam Cangoma em um mantra afro.

TANGO DOS CHAVICOS

Esta canção sefardi está no repertório do álbum ‘Pra todo canto’.

Com arranjo de Magda Pucci e Thomas Howard, Tango dos Chavicos tem origem nas raízes do Chad Gadya — canto que remonta a Lex Talonis da tradição judaica e que se converteu numa brincadeira da festa de Pessach, a Páscoa judaica.

Na Espanha, essa melodia é conhecida tanto como um canto cigano, interpretada por músicos do flamenco, como um canto sefardi dos judeus que viveram na Península Ibérica.

ROXINHA DA SANABRIA

Este é um encontro harmonioso que o Mawaca faz entre uma canção espanhola (“Como quieres” de Equidad Bares) e uma brasileira (“Tô Roxinha”, de Magada Pucci).

A Sanabria é uma região da Espanha perto da Galícia, que fala um dialeto próprio e que mantém suas particularidades.

Assim como o norte ou o nordeste do Brasil, é uma terra quente de mulheres fortes e sensuais. ‘Roxinha’ é uma expressão usada no Pará para falar da mulher que está irada, ‘roxa’ de raiva.

Ouça o áudio com letra

* texto: Eduardo Vessoni

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